quarta-feira, 17 de outubro de 2012

INIQUIDADE ATENDIDA; ORAÇÕES NÃO ATENDIDAS

"Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá" (Salmo 66:18)

Na década de 90, a cidadezinha de Brownsville em Pensacola foi sacudida por avivamento genuíno, quando a Assembléia de Deus da cidade, liderada pelo Pastor John Kilpatrick, e com campanhas evangelísticas dirigidas pelo Evangelista Steve Hill, foi tremendamente visitada por Deus, promovendo em pouquíssimo tempo a conversão de centenas de milhares. As reuniões eram marcadas por muito arrependimento e lágrimas; milagres extraordinários sucederam, enquanto multidões do mundo inteiro afluíam para a pequena igreja de Brownsville. Foi sem dúvida alguma a maior visitação divina em um pequeno distrito da atualidade.
O Pastor Kilpatrick tem compartilhado desde então muitos dos princípios que marcaram este poderoso avivamento. Em um de seus comentários sobre o texto bíblico em questão, Kilpatrick explicitamente confronta sobre a "absorção mental" do lixo midiático que muitos cristãos têm literalmente idolatrado na atualidade, isto inclui, dentre outras coisas: Programas de entretenimento repletos de sensualidade, pornografia, filmes contendo sarcasmo ateísta, as velhas novelas repletas de imoralidade e valores deturpados e vis, as literaturas de conteúdo liberalista... Confira as palavras do Pastor avivalista: 

É trágica a contaminação atual de lares cristãos por meio de vídeos contendo sexo explícito, programas de televisão e comédias que ridicularizam desdenhosamente os princípios de integridade e a vida piedosa. Cada vez que alimenta um desses programas, você está atendendo a iniquidade em seu coração! Irmão, não se agarre ao catálogo de roupa íntima de sua esposa, por exemplo, e o esconda no banheiro. Se assim o fizer, estará espionando o fruto proibido quando olha para uma mulher que não seja sua esposa e permite que sua imaginação fantasie. Nesse versículo, a palavra hebraica para atender é ra'ah. Entre outras coisas, ela significa observar, olhar prazerosamente, aproveitar ou experimentar algo. Outro significado de ra'ah é espionar e olhar fixamente. O pecado ocorre na mente e no coração, mesmo quando seu corpo não se envolve - e, aqui, ele se envolve. Arrependa-se de todo pecado, renuncie a qualquer pensamento de retorno para essa falta e volte ao propósito da santidade. Proteja seu coração e não permita que a iniquidade ache morada em sua vida e seus sentimentos. Uma atitude negligenciada em relação ao pecado resulta em atender à iniquidade. Lembre-se de que o avivamento nunca irromperá se estiver bloqueado por desobediência.

Ver também: Isaías 59:1; Provérbios 28:9; Salmo 101:3; Jó 31:1
Voltarei a falar sobre isto posteriormente.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

IMUNIDADE À CONTAMINAÇÃO DO SISTEMA ECLESIÁSTICO



            Nesta lição queremos insistir na possibilidade de harmonia entre o “melhor” do seguimento denominacional e o Reino de Deus. Não há dúvidas de que, assim como já expressamos, o sistema denominacional como o conhecemos, está contaminado pelo espírito de culturas milenares que forjaram a construção ética, política, social e religiosa das sociedades e comunidades. Surge a indagação na alma daqueles que estão inseridos em alguma denominação forte e histórica: “Como posso estar imune à contaminação do sistema eclesiástico sem me insurgir contra ele o renunciá-lo definitiva e deliberadamente?” Acreditamos que nas próximas linhas forneceremos algum equilíbrio para nortear crentes e ministros denominacionais cuja mente tem sido iluminada pelo Evangelho do Reino e a Visão Apostólica.

i-                    ESTRUTURAS OBSOLETAS DE GOVERNO ECLESIÁSTICO
Quando falamos em estruturas obsoletas, estamos nos referindo aos extremos dos episcopalismo e do congregacionalismo, dentre outros, que sobrepujam a soberania do espírito Santo no corpo de Cristo. Estes sistemas desenvolveram um conceito hierárquico totalmente discrepante e paradoxal às Escrituras, que cria homens soberbos e idolatria à posições eclesiásticas. Nesse sistema, crentes são discipulados nos moldes de uma hierarquia humanista e, por vezes, tirânica. Os interesses de Deus e do Reino são subjugados pelos interesses pessoais de auto-afirmação institucional, ou seja, se deseja mais credenciais de plástico do que a unção do Espírito. É um sistema de patentes, quase militar, uma escada de influência institucional, onde se almeja se tornar gradualmente maior com o propósito de mandar mais. Sabemos que tudo isso não condiz com os princípios contra-culturais do Reino de Deus. A maneira de sobrepujar estes velhos sistemas de pensamento, não uma insurreição revoltosa ou um rompimento radical, e sim, uma verdadeira aliança com o Reino de Deus em Cristo e com toda a sua proposta. (Lc 22:24-27; Fl 2:3-4)
    
ii-                  CONECTADOS COM O SISTEMA, ALIANÇADOS COM O REINO
Uma conexão é um encaixe flexível e adaptável em que ambas as partes podem interagir, porém, podem se desencaixar quando há desgastes. Já uma aliança é um pacto inquebrável e indissolúvel, estabelecido entre duas partes que deliberadamente aceitaram as condições para uma união definitiva. Nossa relação com o sistema denominacional deve estar sempre no nível de uma conexão, esperando que a mesma seja harmônica; já nossa relação com o Reino de Deus, é a única aliança que de fato jamais pode ser quebrada, pois é aliança com o próprio Rei do Reino, Jesus Cristo, Deus. A conexão com o sistema deve ser levada adiante até que o mesmo despreze arbitrária e deliberadamente a Visão e os propósitos do Reino, é exatamente aí, que somos obrigados a nos posicionar favoráveis à vontade soberana de Deus, seu Reino. Podemos e devemos nos aliançar com homens de Deus no nível de cobertura espiritual, mas a durabilidade dessa “aliança”, está restrita ao nível de compromisso dessa liderança espiritual com o Reino de Deus. Não há aliança espiritual com instituições e organizações humanas, ou denominações, pois esse é um conceito do sistema. As alianças são com Deus e com seus embaixadores do Reino (II Co 5:20).

iii-                VESTIDOS DA CULTURA ECLESIÁSTICA, REVESTIDOS DA CULTURA DO REINO
Uma das coisas mais belas das denominações é sua diversidade cultural. Cada comunidade cristã pioneira possui características litúrgicas e culturais singulares, formas de expressar seu louvor e adoração, musicalidade própria, formas de expor e pregar a palavra de Deus, maneiras diferentes de mutualidade e interação, maneiras diferentes de se vestir. Em fim, cada um de nós deve se esforçar para nos aculturarmos em nossa denominação, pois esta uma característica fundamental de que possui uma mentalidade missionária do Reino: a habilidade de aculturação. Somos a Igreja de Deus em Cristo, temos uma cultura singular de adoração, pregação e liturgia, e de cada um que se agrega à família Deus em Cristo, pede-se que se vista de nossa cultura eclesiástica. Sim, devemos nos vestir de nossa cultura denominacional, mas é da cultura do Reino de Deus que devemos nos revestir, e além de nos revestir dessa, a mesma deve ser nossa própria pele, pois uma veste pode ser trocada, mas uma pele não, a não ser que alguém seja uma “serpente”, sua pele será sempre a mesma, o Reino de Deus. (Cl 3:8-17)

iv-                O IMPÉRIO RELIGIOSO E O REINO DE DEUS
Deus implantou um Reino na terra, e não um império, e existem diferenças marcantes entre Império e Reino, e a primeira delas é que por trás de impérios sempre há a influência de Satanás, aliás, é ele quem edifica impérios. “Ele [Deus] nos tirou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.” (Cl 1:13). Homens influenciados por Satanás constroem impérios através de seu carisma pessoal, Jesus movido pelo Espírito edifica um Reino através de sua Igreja (Mt 16:18; Lc 17:21). Jesus não disse: é chegado o império (Lc 11:20); não disse: buscai o império (Mt 6:33); Pedro não disse que somos sacerdócio imperial (I Pe 2:9); na cruz não estava escrito: imperador dos judeus (Mt 27:37); não existe na bíblia livro dos imperadores (1º e 2º Reis); Deus não mandou Samuel ungir um imperador; na coxa do Cavaleiro (Jesus Cristo) não está escrito imperador dos imperadores (Ap 19:16). No império as pessoas se sacrificam e morrem pelo imperador, no Reino o Rei morre pelas pessoas; No império o imperador e sua coorte vivem para ser servidos, no Reino o Rei e seus súditos servem; no império os fins justificam os meios, vale se corromper; no Reino os meios justificam os fins, basta obedecer ao Rei; Construtores de império somente querem dar ordens, e edificadores do Reino somente querem obedecer; Jesus deu pastores para a Igreja (Ef 4:11) e não Igreja para pastores. Jesus ungiu pastores, e não imperadores para dar seguimento na Igreja através de “monarquia hereditária”.

v-                  UM GOVERNO EPISCOPAL APOSTÓLICO
De fato, a Igreja é de Deus, mas Ele mesmo estabeleceu um episcopado sobre a Igreja, senão,    vejamos: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos,        para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” (At 20:28). Mas         note que o modelo neotestamentário de episcopado é aquele que constituído pelo Espírito Santo       mediante uma liderança genuinamente apostólica. O apóstolo Paulo designou Timóteo como Bispo           das igrejas de Éfeso (I Tm 1:3), e Tito como Bispo das Igrejas da ilha de Creta (Tt 1:5), e ele mesmo           supervisionava à distância essas igrejas, não através do cabresto de um estatuto ou regimento     institucional, mas mediante uma paternidade espiritual apostólica (I Tm 1:2, 18). Paulo não      minava recursos financeiros das Igrejas para se ostentar com seu ofício de apóstolo, mas seus filhos       na fé e no ministério percebiam pelo Espírito, seu compromisso de semear ofertas em sua cobertura             apostólica (Fl 4:14-19; I Co 9:6-14; Gl 6:6). O que Paulo esperava de seus discípulos, é que estes             transmitissem a doutrina apostólica do Reino para outros obreiros fieis, preparando-os para        conservar este legado (II Tm 1:13). O apóstolo Paulo delegou ao jovem pastor (bispo) da Ilha de          Creta, a autoridade e autonomia para consagrar anciãos que seriam dirigentes das igrejas locais (Tt1:5), mas este modelo somente passou a vigorar plenamente dessa maneira no segundo         século. Foi justamente a partir daí que os termos bispo e presbítero passaram a designar funções         distintas, pois dado o            crescimento expansivo da Igreja, a liderança carecia ser descentralizada através            de um episcopado hierárquico com bispos supervisionando presbíteros, ou seja, o bispo   gradualmente, se tornou presidente do corpo de presbíteros; a este era confiada a direção das     igrejas locais, e, àquele a administração da disciplina, porém, ambos exercendo o ofício   pastoral. Na             visão    eclesiástica de Inácio, o bispo era o símbolo da unidade cristã e o portador da tradição   apostólica. Clemente dando         ênfase à visão de Inácio declara que os bispos são   os sucessores dos        apóstolos. Tal conceito tem suas       origens no modelo judaico em dois   aspectos: (1) Sucessão           doutrinária (os bispos receberam o    ensinamento verdadeiro dos apóstolos, assim como os profetas     de Moisés), e (2) Sucessão de ordenação (os bispos tinham sido designados pelos apóstolos e     seus     sucessores em linha    ininterrupta, assim como a            família de Arão). Esse governo judaico-cristão do   episcopado foi bem    sucedido e triunfou    até o terceiro século,           trazendo tranqüilidade eclesiástica    e ordem doutrinária,   quando            então começaram os             abusos e desmandos que geraram o   “sacerdotalismo” dos tempos posteriores.

vi-                A RENOVAÇÃO DOS VELHOS ODRES
Como já dissemos, Deus não deseja destruir as denominações, e sim renová-las neste final de dispensação, para enviar-lhe o vinho novo do Espírito Santo. Esta é uma palavra profética: “Antes que eu volte minha noiva desfrutará do vinho novo, mas para isso, criarei novos odres e renovarei os velhos. Aqueles que não quiserem renovação de seus odres, simplesmente não beberão desse vinho do Meu Espírito, e aqueles que se opuserem com força serão cortados da minha mesa. Eu farei ruir o velho sistema, mas não destruirei as denominações; eu destruirei os impérios humanos e definitivamente farei sobressair o Meu Reino sobre toda a Terra. Haverá um breve período de tribulações e rejeição dos meus eleitos, mas Eu os pouparei e os farei reis e sacerdotes do Meu Reino. Os novos odres já foram criados por Mim e já estão prontos para receber, e alguns já receberão o vinho novo; agora, pelo ministério de meus apóstolos e profetas estou renovando os velhos odres, e estes desfrutarão de tempos jamais experimentados, nem mesmo por seus antepassados pioneiros. Este é um tempo de renovação, e toda a minha Igreja, cada um de meus redimidos, deve se engajar no processo de renovação. Ninguém deve ficar alheio, pois se ficarem, alguns perderão o vinho, e outros perderão a verdadeira Vida. Não temam em andar apalpando, pois eu os conduzirei neste tempo por revelação para a Recriação e Renovação de Odres Espirituais.” (Inspiração profética de 09/05/12 – Enéas Ribeiro).



Conclusão
O Senhor tem elevado seus apóstolos e profetas neste tempo a um nível de revelação espiritual jamais experimentado desde os dias de Paulo no deserto da Arábia e João na Ilha de Patmus. Nada do que o Espírito tem revelado vem em confronto com as Sagradas Escrituras, ao contrário, está trazendo luz a muitas coisas outrora ocultas. Não precisamos empreender esforços humanos e intelectuais para desencadear algum tipo de revolução religiosa, Deus está sabia e soberanamente conduzindo sua Igreja para a edificação do Reino de Deus. A queda dos impérios não é nossa responsabilidade ou nosso “ministério”. Deus nos presenteou com a honra de sermos seus embaixadores, e edificarmos seu Reino na Terra, mas somente a Ele cabe a deposição dos soberbos e a derrocada dos impérios (Dn 2:21). A Restauração de todas as coisas está diante dos nossos olhos (At 3:21). Não esteja cego. Receba em seu conhecimento espírito de sabedoria e revelação, e receba iluminação para os olhos do seu entendimento (Ef 1:16-19). 

terça-feira, 5 de junho de 2012



A CONTAMINAÇÃO DO VELHO SISTEMA ECLESIÁSTICO

                        Introdução
            Nossa geração é privilegiada por poder desfrutar do poderoso legado espiritual transmitido por grandes avivalistas e líderes da igreja do passado, que à custa de muitas perseguições, descrédito e até derramamento de sangue, lançaram os primeiros alicerces apostólicos para a igreja como conhecemos hoje. Lamentavelmente, este legado foi honrado apenas sob o ponto de vista da narrativa histórica, haja vista que muitas igrejas e líderes eclesiásticos da atualidade ostentam a história pioneira dos antigos heróis da fé, mas não conservam e tão pouco, difundem este legado. Podemos nos gloriar no ministério e na vida de heróis como: John Wesley, Jonathas Edwards, Dwight Moody, Evan Roberts, William Seymour, Kathryn Kuhlman, Aimee Semple McPherson, Daniel Berg e Gunnar Vingren, Manoel de Melo, e mesmo de nosso fundador Charles Harrison Mason. Porém, não basta nos gloriamos nesses apóstolos do passado, precisamos nos nutrir do mesmo Espírito que os compungia. Hoje, o que temos é uma “maquete” daquilo que eles construíram, e o sistema denominacional, sutilmente se deteriorou pela contaminação espiritual de antigas culturas do Oriente, e a principal área afetada foi o governo eclesiástico.     

i-                    A INFLUÊNCIA EGÍPCIA SOBRE O GOVERNO DA IGREJA
O sistema opressor de tributos do Egito forjou a mentalidade econômico-administrativa de muitas nações da posteridade, é uma forma hábil e simples de minar recursos para uma sede de governo capitalista. Em muitos sistemas eclesiásticos congregacionais vemos exatamente isso: “E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramessés.” (Êx 1:11) Parafraseemos assim: “E os pastores presidentes puseram sobre as pequenas congregações pastores locais para arrecadar, para os afligirem com suas varas. E edificaram ao Presidente grandes tesourarias, mega-templos e catedrais”. O plano de Deus é que cada igreja local seja autóctone, ou auto-sustentável. Caso haja um sistema razoável de arrecadação para uma Igreja Sede, que seja o dízimo dos dízimos, pois nada poderia parecer mais razoável do que honrar a “Mãe” (Êx 20:12; Ml 3:10; Rm 15:26-27; II Co 8:1-15; Ef 6:2), e os recursos devem ser administrados com ênfase em esforços de missões e no suprimento das próprias congregações até que se estabilizem. Quando o Reino de Deus vem o império egípcio cai.
  
ii-                  A INFLUÊNCIA BABILÔNICA SOBRE O GOVERNO DA IGREJA
A genealogia babilônica remonta os primórdios da civilização humana, com Ninrode e sua torre (Babel) sempre com a mesma ideologia: “...façamo-nos um nome...” (Gn 11:4b). O orgulho e a ostentação babilônica sempre foram refletidas por seus reis, dentre os quais o mais renomado foi Nabucodonosor, cuja jactância por suas conquistas e edificações parece inspirar líderes de todas as gerações e lamentavelmente muitos líderes da cristandade. As palavras desse rei se repetem no coração de “mega-apóstolos” (II Co 11:5) da atualidade: “...Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?” (Dn 4:30). O único interesse do sistema denominacional contaminado é edificar catedrais que façam sobressair o nome de sua placa, assim, não há lugar para ideais de unidade do Reino, pois o seu ideal é o estabelecimento do império denominação. Quando o Reino de Deus vem o império babilônico cai.
  
iii-                A INFLUÊNCIA GREGA SOBRE O GOVERNO DA IGREJA
Indubitavelmente a cultura que mais se perpetuou e influenciou a civilização moderna foi o helenismo. As conquistas épicas e assustadores do jovem rei grego Alexandre Magno (“o grande”) fizeram-no estender seu governo por quase todo o mundo de sua época. O ideal de Alexandre era helenizar o mundo, ou seja, impor a cultura e as tradições gregas a todos os povos por ele conquistados, e não podemos dizer que seu intento fracassou, pois mesmo após sua morte prematura (aos 32 anos de idade), Roma que foi o império predominante após o declínio grego, adotou o quase a totalidade do helenismo, especialmente a filosofia grega. Assim, surgiu a cultura greco-romana calcada em ideais de domínio e intelectualidade (I Co 1:22). Dentre os principais ideais do espírito da Grécia destacam-se: (1) a veneração da estética; (2) a idolatria do esporte; (3) a sensualidade e o hedonismo; (4) e o culto às idéias e ao intelectualismo. Todos estes aspectos encontraram guarida na mentalidade hodierna, mas é justamente este último que entrou sorrateiro e hoje permeia a cristandade. Assim, as mentes mais inquiridoras têm se apartado da simplicidade que há em Cristo (II Co 11:3), dando origem a pragas filosóficas como o humanismo secular, o comunismo ateísta e a teologia liberal. Os mistérios divinos não são para os “sábios e entendidos”, mas para os pequeninos (Mt 11:25-26), e o espírito regenerado somente cresce quando o entendimento humano fica infrutífero (I Co 14:14). Deus tem levantado outra vez, nesse tempo, os filhos de Sião, que são os filhos do Reino, para sobrepujar os filhos da Grécia (Zc 9:13). Quando o Reino de Deus vem o império grego cai.
  
iv-                A INFLUÊNCIA ROMANA SOBRE O GOVERNO DA IGREJA
Roma consolidou-se como o império de mais prolongado domínio na história da humanidade, e mesmo após a queda de seu império político, ostenta-se com sua influência político-religiosa. O maior problema dogmático da Igreja Católica Romana não está essencialmente no seu governo eclesiástico episcopal, que na verdade é o mais coeso para conservar a unidade doutrinária e administrativa, a grande problemática é o “nicolaísmo” (Ap 2:15). Acredita-se que o nicolaísmo era a crença na acepção exacerbada entre clérigos e leigos, em que os bispos da Igreja insurgiam-se como representantes mediadores de Deus diante do povo. Doutrina esta que anula o sacerdócio universal da Igreja (I Pe 2:9; II Co 5:18-20). A iconoclastia de sacerdotes cristãos não é exclusivamente católica, pois, o protestantismo em suas mais diversas vertentes, tem consagrado seus ídolos humanos, pastores, bispos e apóstolos que parecer deter o monopólio da salvação e mediarem o acesso do povo a Deus. Os líderes episcopais cristãos têm, sim, sua distinção honorífica em função de sua separação  singular e zelo pelo ministério (At 6:3-4; I Co 9:13-14; Gl 6:6; I Ts 5:12-13; I Tm 5:17), porém, os mesmo não estão qualificados para mediação, pois este posto já está definitiva e gloriosamente ocupado (Jo 14:6; At 4:12; I Tm 2:5). Quando o Reino de Deus vem o império romano cai. 

v-                  SOBREPUJANDO O SISTEMA DENTRO DO SISTEMA
Alguns seguimentos extremistas dentro da Renovação Apostólica acreditam na necessidade da extinção do sistema denominacional, por considerá-lo obsoleto. À bem da verdade, o sistema de fato se deteriorou em seu propósito, mas o plano de Deus não é destruir o que foi construído. Deus espera que os ministérios que estão, de alguma forma, vinculados a um sistema denominacional caído, recebam uma revelação do Reino de Deus e a difundam em seu seguimento. Não precisamos depreciar pastores e igrejas cujas mentes não foram renovadas, o Reino de Deus é positivamente comparado por Jesus com o fermento (Lc 13:20-21). Quando o Reino de Deus de fato chega, toda a mazela do sistema denominacional cai. Ninguém deve se insurgir contra lideranças eclesiásticas e autoridades espirituais, sob pretexto de um suposto “ministério profético”. Se alguém não encontra perspectiva de implantação do Reino em uma denominação, que procure outra que comungue de sua visão e ideais, mas o grande desejo de Deus não é extinguir os velhos odres, mas renová-los enquanto cria novos odres, assim, o vinho novo do Reino de Deus será derramado sobre todos aqueles que se conservarem obedientes e humildes. A Visão do Reino de Deus é incomparavelmente maior do que a visão de qualquer denominação.

Conclusão
Este é um tempo de profunda purificação da Igreja de Deus, o Espírito Santo vem, ao longo dos séculos com sua pá, alimpando sua eira, e recolhendo o trigo no celeiro (Lc 3:17); desde a grande contaminação do século IV Deus não parou seu expediente de limpeza, e podemos estar certos de que antes do glorioso retorno de nosso Rei, Jesus Cristo, a casa estará limpa para recebermos o Tabernáculo de Deus entre os homens (Ap 21:3).    

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sacerdotes e Profetas em Guerra



A quebra da unidade ministerial revela com clareza o grau da imaturidade espiritual sofrida pela Noiva (a Igreja). Ao listar os cinco dons do ministério cristão, Paulo não o fez em uma ordem hierárquica ou de importância, ele os agrupou revelando o seu propósito, o treinamento dos crentes para o trabalho ministerial. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4:11-12). Nenhum dom é mais importante do que outro. Evangelistas são tão importantes quanto os pastores e vice versa. Sacerdotes são tão importantes quanto os profetas e vice versa. A narrativa histórica do Antigo Testamento parece revelar muitas vezes certo antagonismo entre a classe sacerdotal (os ministros do altar) e a classe profética (os ministros itinerantes), o que revelava que a saúde espiritual do povo de Israel estava comprometida. Vemos tal rivalidade no relacionamento ministerial entre o profeta Amós e o sacerdote Amazias (Am 7:10-16). Algumas igrejas parecem achar que somente os pastores, que “...de contínuo estão junto ao altar...” (1ª Coríntios 9:13) devem ser honrados, já outras, parecem achar que maior honra é devida aos evangelistas itinerantes (v. 13). Os ministros “fixos” e os itinerantes devem coexistir em uma relação harmônica de interdependência, pois, pastores/sacerdotes precisam de evangelistas/profetas para a constante renovação da igreja, e evangelistas/profetas precisam do suporte e da confiança dos pastores/sacerdotes para exercer seu ministério.
A disputa entre estes dois seguimentos do ministério está intensificada. Certos itinerantes irresponsáveis parecem não ter nenhum parâmetro para desferirem ataques contra os abnegados líderes que Deus levantou, e por outro lado, alguns pastores também não poupam arrogância para se mostrarem superiores aos ministros itinerantes como se estes dependessem totalmente deles.
Ou aprendemos a equilibrar e valorizar a importância de todos os ministérios da Igreja, “...ou matar-se-ão no santuário do Senhor o sacerdote e o profeta?” (Lamentações 2:20b). É necessário que se retorne a um sentimento de serviço. A verdadeira unidade entre os ministérios bíblicos consiste essencialmente no sentimento de Cristo Jesus: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Filipenses 2:3-4). Na verdade, pelo menos aqui no Brasil, evangelistas e pastores constituem-se como duas gerações, dois moveres, duas dispensações. Em meados da década de cinqüenta Deus exaltou e colocou em evidência o ministério dos evangelistas itinerantes, em cujas cruzadas e campanhas de avivamento o Espírito Santo se moveu marcando uma geração inteira com um grande mover de salvação, curas e batismo no Espírito Santo, estes ministros deixaram uma marca indelével no coração dos povos, porém, tal classe não teve apoio dos pastores, que os tinham como aventureiros da fé, e não se esmeravam em promover e financiar seu fecundo ministério, tal negligência não poderia ter tido um resultado pior, o itinerante, agora sem condições de pregar ao mesmo tempo em que sustenta sua família passa a “cobrar” por seu ministério contrariando arbitrariamente a palavra de Jesus: “...de graça recebestes, de graça daí.” (Mateus 10:8c). Com a decadência do mover dos pregadores, Deus começa a levantar grandes líderes no ministério pastoral, nunca o “sacerdócio eclesiástico” teve tanto destaque no Reino como nesta dispensação que perdurou até o presente momento, digo “perdurou” porque esta geração de pastores, com exceções, se tornou arrogante e tirânica, se ostentando em sua falsa segurança no altar das ofertas e em sua postura quase “papal” demonstrando-se como infalíveis e inquestionáveis. Agora, esta não é mais a geração dos “super itinerantes”, e tão pouco é a era dos “mega-pastores”, mas sim, a geração dos profetas e apóstolos, cuja marca característica é a poderosa combinação de santidade e humildade, e cujo propósito essencial é o alcance de milhões de almas perdidas em trevas, a destruição das fortalezas espirituais malignas e o fechamento de seus “portais espirituais”. Além disso, haverá uma harmonia sem igual entre estes dois ministérios, que trabalharão em unidade e não se ostentarão nos títulos: apostólico e profético, como sendo designações de superioridade, ao contrário, muitos pastores e evangelistas, mesmo sem título, exercerão seus ministérios como apóstolos e profetas. Não haverá destaque para o título apóstolo, mas sim, para pastores com unção apostólica, assim, também, não haverá destaque para títulos de profeta, mas sim, para evangelistas com unção profética. A partir de então, a guerra será não entre nós, mas contra os “chefes do mal” (Efésios 6:12).

Profetas Avarentos e Paroleiros



Profeta, este termo parece ter adquirido uma conotação quase “transcendental”. Existem dois extremos, a apologia inflexível dos que acreditam que este dom foi extinto, e a banalização do título como mera condição para status.
No século governado por Mamóm (o dinheiro), não é de se admirar que alguns pseudo-profetas estejam mercantilizando seu ministério, já que esta “apostasia profética” não é uma novidade restrita a esta dispensação, este “espírito de Balaão” parece estar em alta no ministério hodierno, pois diante da perspectiva de grandes “ofertas missionárias” muitos “...foram levados pelo engano do prêmio de Balaão...” (Judas 11b). Além de pastor, tenho atuado como ministro itinerante, e não me tem sido raro receber telefonemas com a seguinte indagação: “Quanto o senhor cobra para pregar?” Veja se isto não é extremamente paradoxal à ordem de Jesus, “...de graça recebestes, de graça daí.” (Mateus10:8c). Porém, eu compreendo os meus irmãos que me abordam desta maneira, pois este é o quadro ministerial que tem sido pintado pelos ministros itinerantes de hoje, um verdadeiro comércio se instaurou entre os pregadores, de forma que muitos já estão se adequando às exigências destes “mega stars” do evangelho. Compreendo que certos ministérios estabeleceram uma estrutura tão grande que necessitam de recursos para sustentá-la, e estes merecem nossos melhores esforços para abençoá-los, pois patrocinam missionários, organizam cruzadas evangelísticas e/ou difundem a palavra de Deus pelos modernos meios de comunicação, e isto é feito com dinheiro. Porém, certos ministros que estão “engatinhando” no ministério não têm nenhum respaldo para estipularem custos exorbitantes de sua visita, pois, o único investimento que fazem é em coisas como comer, beber e vestir, e, “...decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; mas buscai primeiro o Reino de Deus,  e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. (Mateus 6:32-33). Viver pela fé não é estabelecer o quando se quer, mas sim, esperar no Querite a visita dos corvos (1º Reis 17:3-6). Esta “geração Geazi” por sua cobiça e avareza se tornou leprosa aos olhos de Deus (2º Reis 5:20-27). Precisamos inibir este mercantilismo ministerial até aniquilá-lo, rejeitando pregadores mercenários, utilizando os talentos “de casa” e honrando com grandes ofertas financeiras os ministros verdadeiramente comprometidos com Deus e com sua palavra. E que haja um equilíbrio quanto a isto, lembrando que “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (1º Coríntios 9:14). Ainda há genuínos profetas de Deus.
Como se não bastasse, tais “ministros” são caracterizados por sua forma irreverente e imprudente de pregar. Não possuem o tato característico de um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, suas palavras, que eles alegam ser contundentes e proféticas, são na verdade iracundas e soberbas. Estes parecem não respeitar sacerdotes, mulheres, anciãos, e crianças. Sua oratória cheia de chocarrices e apelos morais sem tato, constrangem e anulam a atmosfera espiritual do culto, criando um clima de desconfianças e questionamentos negativos. O ministério da exortação não pode em hipótese alguma estar inativo, mas tal ministério não pode ser exercido por ministros que o fazem no intuito de se auto-promoverem como infalíveis; exortação é encorajamento. O ministério da exortação deve ser proveniente de um coração que abomina com repúdio mortal o pecado, mas que ama o pecador em proporção maior, com paixão fervorosa. Não se exorta para ouvir os tradicionais “fala Deus!!!” que afagam o ego do pregador, exorta-se para desafiar o homem a um viver santo diante de Deus.
Neste tempo, Deus já está a providenciar uma nova geração de ministros itinerantes cujo foco prioritário e único é SALVAÇÃO DE ALMAS e o AVIVAMENTO, homens que tenham um único propósito: o inferno vazio e o céu cheio, homens cujo clamor da alma é o clamor dos grandes evangelistas avivalistas de séculos passados: Dá-me almas ou morrerei!”.
Por mais erudito que um homem seja, por mais perfeita que seja sua capacidade de expressão, mais ampla sua visão das coisas, mais grandiosa sua eloqüência, mais simpática sua aparência, nada disso toma o lugar do fervor espiritual.” E. M. Bounds

sábado, 24 de dezembro de 2011

ATRAÍDOS PELA TRAGÉDIA


  
E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.
S. João 12:32

         Você já notou a propensão humana para a contemplação do caos? Já percebeu o quanto somos atraídos pela destruição, morte, dor, seja por masoquismo, compaixão ou ausência de compaixão, ou por mera curiosidade? Sim, nossos sentidos, especialmente nossa visão, sentem-se seduzidos por essas coisas.
         Eis o motivo da grandeza exorbitante do seguimento cinematográfico, que investe e lucra bilhões para entreter o grande público ávido por colocar o mal diante de seus olhos. Telejornais policiais sensacionalistas crescem em audiência infundindo o medo nos corações frágeis e sem Deus. Aí está uma das grandes razões das mentes não regeneradas deste século, aí está a razão da não conversão de milhões de incrédulos. Há tão pouco de Deus nos corações, tão pouca revelação no espírito, tão pouca pureza nas mentes. Eis um dos motivos da escassez de avivamento pessoal e coletivo. As mentes estão impregnadas do lixo visual de hollywood, os corações estão contaminados pelas tramas perversas das telenovelas, o espírito está obstruído pela absorção ocular e auditiva do mal. “Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará.” (Salmo 101:3). Esta geração está literalmente ajuntando o mal tesouro em seu coração.
         Esta é a ferramenta do Diabo para afastar o homem da revelação do Evangelho. “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4:3-4).
         Além da maléfica engenhosidade de Hollywood, é estrondoso o sucesso de filmes nacionais como Carandirú e Tropa de Elite, com sua linguagem torpe e profana, e sua violência exacerbada.
         Você “cristão”, que diante de seu ídolo de tantas polegadas se deleita, inconscientemente seduzido por explosões de carros, homens atirando uns nos outros, homicídios, suicídios, infanticídios, chacinas, sangue jorrando, morte, morte, e mais morte, (isso sem falar na sensualidade), você realmente acredita que pode estar ou ser cheio do Espírito Santo sem se esvaziar definitivamente dessas coisas? Você acha que pode estar sensível às revelações e à direção do Espírito Santo com a mente repleta dessa lama que você chama de entretenimento? Você está amenizando e substituindo o termo “mundano” pelo seu paralelo pós-moderno: “secular”. Acorde, os verdadeiros gigantes da fé estão andando em um nível de separação que você chama de ascética, mas estão desfrutando de real intimidade com o Deus Vivo, enquanto os inconstantes telespectadores desse espetáculo do mal continuam sendo anões espirituais.
         JESUS CRISTO protagonizou o “espetáculo” mais trágico da história humana: puro, santo, inocente e divino, Ele se expôs ao vitupério maldito da cruz (Deuteronômio 21:22-23), um show de horrores que atraiu pessoas de todas as partes, religiosos, autoridades, algozes, fieis, zombadores e curiosos foram atraídos pela imagem mórbida de um homem desfigurado pelo flagelo romano e pendurando por pregos em uma cruz de madeira. O que impressiona é que em toda a história houve flagelos assim, e até piores, de homens importantes e carismáticos, mas aquela imagem do Gólgota, aquela imagem trágica e fatal se perpetuou pelo tempo, de forma que ainda hoje pessoas são atraídas, não pelo Cristo Glorificado, mas pelo Cristo Crucificado.
         Na mente e no desejo de Deus, a cruz deveria ser a última tragédia a ser diligente e espiritualmente contemplada pelo homem. Pois ao contrário da propagação vil e leviana dos elementos trágicos de nossa era, essa tragédia da cruz nos atrai para tudo o que é maravilhoso o bom.

         A Tragédia da Cruz nos propiciou Salvação
Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” (Isaías 45:22). Jesus Cristo é Deus, que veio em carne e morreu para pagar o preço dos nossos pecados naquela rude cruz, e ao olhar para este Cristo crucificado somos salvos da condenação eterna, pois Ele é o Autor e o Consumador desta fé salvadora. “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:2)

         A Tragédia da Cruz nos propiciou Cura
levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:24). Todo sofrimento, dor e enfermidade da humanidade de todas as épocas, convergiram para o corpo flagelado de Jesus Cristo; ao crer na plenitude da obra redentora do Calvário, recebemos a Cura de Deus para o corpo e a alma. Perdão e Cura andam juntas na expiação de Cristo, pois, “É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades e sara todas as tuas enfermidades.” (Salmo 103:3; Mateus 9:5-7).
        
         A Tragédia da Cruz nos propiciou Paz
Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele...” (Isaías 53:5). A verdadeira paz, a paz que o mundo anela, está nas feridas do corpo de Cristo. Ao sermos atraídos para cruz, e contemplarmos em fé os sofrimentos e a dor de Jesus, saberemos que este sofrimento e esta dor nos pertenciam, mas agora estão anulados no madeiro. Glória a Deus.
         Glória a Deus pela tragédia do Calvário!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Colocando à Prova o Falso Apostolado



            Quem foi que deu ordem para que alguém extinguisse o ministério apostólico da Igreja? Pois é exatamente isto que alguns tem feito, ou pelo menos tentado, como alguns teólogos, lideres e outros “donos da verdade”. O ministério apostólico é um ministério bíblico e outorgado por Jesus Cristo (Ef 4:11), portanto, somente Ele teria o direito de extingui-lo e não o fez.
            Precisamos, porém, equilibrar os moldes eclesiásticos para evitar os extremos, pois, apostolado não é um cargo, não é um título, e muito menos um movimento denominacional. Assim, precisamos estabelecer critérios escriturísticos coerentes para estabelecer um genuíno ministério apostólico.
            A igreja de Éfeso foi laureada e elogiada por Jesus por vários motivos, dentre eles pelo fato de estabelecer algum tipo de critério para provar certos ministérios apostólicos sem respaldo divino.

...e puseste à prova os que se dizem ser apóstolos e o não são e os achaste mentirosos.
Apocalipse 2:2b

            Note que já naquela época havia aqueles que se auto-intitulavam apóstolos sem o serem, e que, além disso, sabiam que não eram, portanto eram mentirosos.
            Este texto de apocalipse (2:2) não nos fornece os tipos de critérios utilizados pelos crentes efésios para provar a autenticidade de um ministério apostólico, mas sabemos que a mais importante credencial de um verdadeiro apóstolo, é sua semelhança com a pessoa e os princípios de Jesus Cristo (1ª Co 11:1).
            Jesus ordenou inicialmente aqueles doze homens comuns para que expressassem de maneira clara o seu próprio (1) caráter, (2) sua missão, (3) sua visão e (4) sua mensagem.
(1)    Seu caráter. A vida ilibada e impecável de Jesus aqui na terra, não foi produto de sua natureza divina, pois embora alguns atributos divinos estivessem presentes em Jesus de Nazaré, seu caráter foi fruto exclusivamente de sua devoção e obediência ao Pai. No afã de nos fornecer um modelo moral para todas as gerações. “Porque não somos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado mas sem pecado.” (Hb 4:15). Jesus como homem estava sujeito às mesmas paixões que nós, pois se assim não fosse, as três tentações no deserto teriam sido uma farsa entre Jesus e o Diabo, mas esta não é a verdade, pois a tentação é uma tentativa maliciosa de nos conduzir ao erro, e ele em tudo foi tentado (Tg 1:14-15). Jesus é o modelo para o caráter do verdadeiro apóstolo e para a Igreja apostólica (nós). O caráter é um dos critérios para provar o ministério apostólico.
(2)    Sua missão. A missão de um verdadeiro apóstolo não pode ser outra, senão a missão de Jesus. Jesus veio implantar um Reino, os apóstolos são embaixadores deste Reino (1ª Co 5:20); Jesus veio para ser um libertador, e outorgou a mesma comissão apóstolos (Mt 10:8); Jesus veio fazer discípulos e deu aos apóstolos a mesma comissão (Mt 28:19). A missão é um dos critérios para provar o ministério apostólico.
(3)    Sua visão. A visão de um verdadeiro apóstolo reflete a visão de Jesus Cristo. A visão de Jesus sempre foi uma visão de alcance geográfico global (At 1:8); a visão de Jesus é uma visão que favorece os desfavorecidos, ao contrário de “certos pseudo ministérios apostólicos” que visam às classes mais abastadas da sociedade (Mt 11:5; 19:21; Lc 4:18; 6:20; 14:13); a visão de Jesus não é uma visão denominacionalista, é uma visão de unidade (Jo 17:21). A visão é um dos critérios para provar o ministério apostólico.
(4)    Sua mensagem. A mensagem de um apóstolo deve ser inexoravelmente a mesma mensagem de Jesus. Não é uma mensagem triunfalista e muito menos uma mensagem derrotista. A ênfase da mensagem apostólica é a Redenção, a Substituição, a Expiação e a Cruz., em outras palavras, é a pura pregação do Evangelho, a Boa Nova da Salvação para todos os homens e o Reino de Deus. O ministério apostólico não se auto-promove, mas sua mensagem exalta a Cristo. “Porque não nos pregamos a nós mesmos mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus.” (2ª Co 4:5)

Paulo, um verdadeiro apóstolo, fez uma menção irônica aos falsos apóstolos chamados de “super apóstolos”, pois é assim que eles se sentem, “mega stars” do evangelho. “Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos.” (2ª Co 11:5). Paulo está dizendo que a despeito de sua rudeza no falar dado o seu temperamento colérico, ele possuía o conhecimento espiritual necessário para exercer o ministério apostólico (v. 6). Jamais podemos julgar a credibilidade de um ministro apostólico por sua erudição e intelectualidade, mas por sua revelação pessoal da Pessoa de Cristo e pela manifestação do poder de Deus em sua vida e ministério. “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas na demonstração do Espírito e de poder.” (1ª Co 2:4).
Devemos considerar que um ministério apostólico falso pode exercer uma influência magnética nas pessoas, de forma a parecerem verdadeiros. Seu carisma contagiante os torna ícones venerados pelas massas que são “hipnotizadas” por seus discursos inflamados, porém, destituídos da verdadeira essência da mensagem cristã. “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.” (2ª Co 11:13) Mas não se engane! “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais é conforme as suas obras.” (vv. 14-15).
Entendamos também que, um ministro apostólico carrega em seu corpo (ou no mínimo em sua alma) as marcas de Cristo (Gl 6:17), em contrapartida, o falso apostolado é marcado pela ostentação de ministros “almofadinhas” que jamais sujariam seus exuberantes sapatos envernizados e de cromo alemão para se embrenhar nas missões insólitas dadas pelo Rei. “...Sai pelos caminhos e atalhos...” (Lc 14:23b). Paulo possuía um currículo apostólico invejável e que lhe atribuía credibilidade inquestionável, porém, tal histórico não é exatamente o “projeto” ministerial dos “super apóstolos” (2ª Co 12:11). Se você, leitor, porventura sente ter um ministério apostólico, gostaria de prová-lo através de sua reação a este histórico que pode ser um exemplo do que você passará.

São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigo dos da minha nação, em perigo dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.” 
(2ª Coríntios 11:23-28)

Conclusão

            A despeito de todos os modelos discrepantes de ministério apostólico da atualidade, não podemos generalizar, pois o apostolado, à despeito de não ter tido o devido reconhecimento por parte do sistema eclesiástico, não foi banido do ministério da Igreja, e eu quero vaticinar algo que está em meu espírito há alguns anos: Nos últimos dias dois ministérios bíblicos serão restaurados e estarão em pleno vigor na Igreja, com reconhecimento por parte das lideranças e do povo, o ministério profético e o ministério apostólico. Haverá um reconhecimento maravilhoso do ministério dos profetas, que falarão com inspiração espantosa e serão caracterizados por sua clarividência precisa para edificar, consolar e exortar. E por fim, com o ministério profético em plena atividade, os apóstolos genuínos serão reconhecidos e atuarão também em sua plenitude, estabelecendo e norteando a Igreja de Cristo com as diretrizes reveladas pelo próprio Mestre.
Quando homens se manifestarem como apóstolos, não se dê ao ceticismo religioso ou ao formalismo teológico, mas discirna pelo Espírito Santo aqueles ministérios que são genuinamente apostólicos. Este é o tempo de uma poderosa reforma no Corpo de Cristo, e nós fazemos parte do trabalhar de Deus restaurando o ministério apostólico.