quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Profetas Avarentos e Paroleiros



Profeta, este termo parece ter adquirido uma conotação quase “transcendental”. Existem dois extremos, a apologia inflexível dos que acreditam que este dom foi extinto, e a banalização do título como mera condição para status.
No século governado por Mamóm (o dinheiro), não é de se admirar que alguns pseudo-profetas estejam mercantilizando seu ministério, já que esta “apostasia profética” não é uma novidade restrita a esta dispensação, este “espírito de Balaão” parece estar em alta no ministério hodierno, pois diante da perspectiva de grandes “ofertas missionárias” muitos “...foram levados pelo engano do prêmio de Balaão...” (Judas 11b). Além de pastor, tenho atuado como ministro itinerante, e não me tem sido raro receber telefonemas com a seguinte indagação: “Quanto o senhor cobra para pregar?” Veja se isto não é extremamente paradoxal à ordem de Jesus, “...de graça recebestes, de graça daí.” (Mateus10:8c). Porém, eu compreendo os meus irmãos que me abordam desta maneira, pois este é o quadro ministerial que tem sido pintado pelos ministros itinerantes de hoje, um verdadeiro comércio se instaurou entre os pregadores, de forma que muitos já estão se adequando às exigências destes “mega stars” do evangelho. Compreendo que certos ministérios estabeleceram uma estrutura tão grande que necessitam de recursos para sustentá-la, e estes merecem nossos melhores esforços para abençoá-los, pois patrocinam missionários, organizam cruzadas evangelísticas e/ou difundem a palavra de Deus pelos modernos meios de comunicação, e isto é feito com dinheiro. Porém, certos ministros que estão “engatinhando” no ministério não têm nenhum respaldo para estipularem custos exorbitantes de sua visita, pois, o único investimento que fazem é em coisas como comer, beber e vestir, e, “...decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; mas buscai primeiro o Reino de Deus,  e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. (Mateus 6:32-33). Viver pela fé não é estabelecer o quando se quer, mas sim, esperar no Querite a visita dos corvos (1º Reis 17:3-6). Esta “geração Geazi” por sua cobiça e avareza se tornou leprosa aos olhos de Deus (2º Reis 5:20-27). Precisamos inibir este mercantilismo ministerial até aniquilá-lo, rejeitando pregadores mercenários, utilizando os talentos “de casa” e honrando com grandes ofertas financeiras os ministros verdadeiramente comprometidos com Deus e com sua palavra. E que haja um equilíbrio quanto a isto, lembrando que “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (1º Coríntios 9:14). Ainda há genuínos profetas de Deus.
Como se não bastasse, tais “ministros” são caracterizados por sua forma irreverente e imprudente de pregar. Não possuem o tato característico de um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, suas palavras, que eles alegam ser contundentes e proféticas, são na verdade iracundas e soberbas. Estes parecem não respeitar sacerdotes, mulheres, anciãos, e crianças. Sua oratória cheia de chocarrices e apelos morais sem tato, constrangem e anulam a atmosfera espiritual do culto, criando um clima de desconfianças e questionamentos negativos. O ministério da exortação não pode em hipótese alguma estar inativo, mas tal ministério não pode ser exercido por ministros que o fazem no intuito de se auto-promoverem como infalíveis; exortação é encorajamento. O ministério da exortação deve ser proveniente de um coração que abomina com repúdio mortal o pecado, mas que ama o pecador em proporção maior, com paixão fervorosa. Não se exorta para ouvir os tradicionais “fala Deus!!!” que afagam o ego do pregador, exorta-se para desafiar o homem a um viver santo diante de Deus.
Neste tempo, Deus já está a providenciar uma nova geração de ministros itinerantes cujo foco prioritário e único é SALVAÇÃO DE ALMAS e o AVIVAMENTO, homens que tenham um único propósito: o inferno vazio e o céu cheio, homens cujo clamor da alma é o clamor dos grandes evangelistas avivalistas de séculos passados: Dá-me almas ou morrerei!”.
Por mais erudito que um homem seja, por mais perfeita que seja sua capacidade de expressão, mais ampla sua visão das coisas, mais grandiosa sua eloqüência, mais simpática sua aparência, nada disso toma o lugar do fervor espiritual.” E. M. Bounds

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