quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SINAIS NO MINISTÉRIO APOSTÓLICO



Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?
Hebreus 2:3-4

            Uma das credenciais apostólicas são os sinais sobrenaturais e o ministério do Espírito Santo. Não podemos dizer que uma igreja ou denominação é apostólica, se a operação sobrenatural do Espírito não estiver presente.
            Há em nossos dias um forte apelo à razão, em decorrência de estarmos vivendo na “era da informação”. A Internet desbravou as fronteiras e a globalização relativizou as culturas e a moral. O avanço científico e filosófico crescentes, tem formado uma geração de grandes pensadores, e isto não é de todo ruim, pois uma civilização de cultura forte mostra-se ser mais estruturada e próspera ao modelo europeu por exemplo.
            O grande perigo deste “modelo cultural”, é o racionalismo que faz com que o homem se torne cético quanto às coisas espirituais. Eis o “vilão do século”, as teorias anti-criacionistas.
            Precisamos de uma igreja racional, sim, pois o nosso culto é racional (Rm 12:1), mas precisamos também de uma igreja emotiva. A ausência do aspecto emocional na vida, culto e ministério cristão, gera o racionalismo e o formalismo, e esta é a característica de certas “Igrejas Sardes” da atualidade: “...tens nome de que vives, e estás morto.” (Ap 3:1). Somente defuntos não tem emoções. O evangelho é emocionante.
            Quando falo de sinais, refiro-me a todo o tipo de manifestação do Espírito Santo na vida da Igreja e dos crentes, batismo no Espírito Santo, expulsão de demônios, cura de enfermos etc... “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos e os curarão.” (Mc 16:17-18).
            Os sinais são um padrão para a Igreja em todas as épocas, pois as palavras de Jesus não ficaram relegadas aos tempos bíblicos. A Igreja Apostólica é àquela que vai (Mc 16:15) e prega a palavra em todas as partes, e espera o sobrenatural. “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.
            Como um ministro pentecostal não consigo imaginar uma igreja onde não há profecia, “Não desprezeis as profecias.” (I Ts 5:20). Indigno-me quando vou a um culto onde a liturgia é previsível e morta, e onde títulos de homens são mais aplaudidos e laureados do que o Nome que é sobre todo nome (Fl 2:9-10). Assim não podemos esperar sinais, pois assim, o Espírito Santo pode ser extinto da Igreja a qualquer momento. “Não extingais o Espírito” (I Ts 5:19).
            Ministros apostólicos testemunham a ressurreição de Cristo com poder e não somente com palavras.

E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
Atos 4:33
           
            Perceba que além do testemunho poderoso e eficaz, os ministros apostólicos tinham muita GRAÇA. Sabemos que um evangelho poderoso e eficaz gera perseguição, porém, isto não significa que a Igreja é alvo da antipatia generalizada da sociedade, muito pelo contrário, uma restauração no ministério apostólico terá efeitos extremamente positivos. “Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (At 2:47). Sinais promoverão não somente o crescimento numérico da Igreja. Não sejamos hipócritas usando chavões convenientes a nossa incompetência ministerial como: “Deus não quer quantidade, e sim, qualidade!” Conversa fiada! Em uma igreja cheia de pessoas sem “qualidade” há uma perspectiva de transformação para um grupo qualificado e frutífero, isto é obra do Espírito Santo. Multiplicação é bíblico. (Atos 2:41,47; 4:4; 5:14; 6:1,7; 8:12; 9:31,35,42; 11:21,24; 13:12,43,48; 14:1,21; 16:5,15,33; 17:4,12,34; 18:8,27; 19:18,20,26).  
            O avivamento está por vir em grande escala, e não virá com alguns “sinais isolados”, virá com muitos sinais. “E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos...” (At 5:12).
            Diante de um sistema político, financeiro e cientifico tão ameaçador, precisamos ser tomados de uma “inconformidade santa”. “E não vos conformeis com este mundo...” (Rm 12:2). E diante desta inconformidade oremos a Deus pedindo a coisa certa, e não as nossas conveniências egoístas. Os apóstolos, diante das investidas ameaçadoras do Sinédrio, fizeram uma oração que agradou a Deus, trouxe renovação espiritual e gerou resultados permanentes.

Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra, enquanto estendes atua mão para curar e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus. E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.
Atos 4:29-31

            Diante das ameaças não se acovarde, peça a Deus ousadia. Comece a orar com propósito para que você viva uma vida de poder e sinais. Não seja um conformista patético que engole tudo o que sai do púlpito sem meditar nas Escrituras. Seja como os crentes bereanos. “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinado cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” (At 17:11).
            Laodiceia já está entre nós, seja Filadélfia (Ap 3:7-13).
            Não se escandalize com a palavra deste jovem profeta, mas, há igrejas hoje, onde Jesus não está, e o motivo é a mornidão espiritual. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei, em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.” (Ap 3:20). Há, porém, uma esperança para esta igreja! Jesus não procura lá dentro uma multidão para começar um avivamento, ele procura “um alguém”. “...se alguém ouvir a minha voz...
            Se você que está lendo este livro pertence a uma igreja morna e avarenta como a igreja de Laodicéia, ouça a voz do Espírito Santo (v. 22) e abra o seu coração. Jesus pode entrar lá através de você. Talvez você seja um profeta de Deus e não saiba, pois a sua alma sente que algo está errado e clama como Azafe: “Já não vemos os nossos sinais, já não há profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará.” (Sl 74:9). Ouça, isto durará até que você entenda que este livro não chegou nas suas mãos em vão; isto durará enquanto você estiver sentado aí no seu sofá assistindo seus “programas preferidos”; isto durará enquanto você achar que a responsabilidade é dos líderes eclesiásticos e não sua. Agora você sabe o que Asafe não sabia! Levante-se daí, vá orar agora mesmo. Tome uma decisão radical na sua vida, renuncie o mundo que está no seu coração e faça com que Deus possa contar com você, seja amigo de Deus. “...Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg 4:4).
            Este é o tempo, aproveite, pois Jesus está “...permitindo que por suas mãos se [façam] sinais e prodígios.” (At 14:3 b). Restaure o ministério apostólico em sua vida.
            Temos no ex-fariseu de Tarso um padrão apostólico para todas as gerações de ministros:

Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.
2ª Coríntios 12:12

            Vidas precisam ser transformadas, os cativos e oprimidos precisam ser libertos, os doentes precisam ser curados e os crentes precisam ser batizados no Espírito Santo com a evidência de falar em outras línguas. Este é o ministério de uma genuína Igreja Apostólica. Mas prepare-se, este é tipo de ministério que desencadeará a perseguição. Se queremos os resultados da igreja do primeiro século, devemos estar dispostos a aceitar as conseqüências destes resultados miraculosos.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A UNÇÃO APOSTÓLICA NOS QUATRO MINISTÉRIOS



E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.
Efésios 4:11

            Em sua vídeo aula sobre o Tabernáculo, o evangelista internacional Benny Hinn comparou os cinco ministérios da Igreja com os cinco dedos da mão, como à seguir: o dedo mínimo representa o dom de mestre que consegue por ser pequeno, penetrar nos segredos mais minuciosos das Escrituras e revela-las; o dedo anelar representa o dom de pastor, que tem a responsabilidade de conservar a aliança entre Cristo e suas ovelhas; o dedo maior representa o ministério do evangelista que por ser o mais longo tem um alcance maior no que tange ao globo terrestre; o dedo indicador representa o profeta que com este dedo em riste vocifera: “Assim diz o Senhor!” e o dedo polegar representa o ministério apostólico, pois é o único dedo que tem alcance para tocar os outros quatro dedos, assim como o ministério apostólico pode abarcar os outros quatro ministérios bíblicos.
            Eu creio que na atual dispensação, os ministérios de profeta; evangelista; pastor e mestre têm uma unção apostólica, pois Jesus inaugurou uma “era apostólica”.
            PROFETAS. Os profetas sempre exerceram uma influência significativa na vida religiosa e política do povo de Israel. Grandes avivamentos foram desencadeados mediante a mensagem incisiva e contundente destes homens que gozaram de uma intimidade singular com Deus. Três principais características expressam a distinção do profeta entre os “homens comuns”:
1-      Suas palavras eram respaldadas por Deus. “E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde) hão de saber que esteve no meio deles um profeta.” (Ez 2:5)
2-      São intocáveis para Deus. “Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis os meus profetas” (Sl 105:15)
3-      São confidentes de Deus. “Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Am 3:7)
Nas dispensações passadas, representavam a Deus no ministério e eram ungidos, os reis; os sacerdotes; os juizes e os profetas, porém, os mais destacados foram os profetas, embora todos tivessem sua importância.
Assim como existem semelhanças entre o profeta no Antigo Testamento, existem também diferenças. Em seu livro intitulado: Títulos e Dons do Ministério Cristão, o professor Estêvam Ângelo de Sousa assim escreveu: “É quase certo que alguns pensam em um profeta do A.T. à maneira do que julgam ser um profeta em nossos dias. Pensam talvez em um homem de joelhos, com os olhos fechados, a proferir, sob o impulso do Espírito Santo, uma mensagem predita ou de advertência. Este conceito, entretanto, não corresponde ao profeta nem do A.T nem do N.T.
O mais certo é pensar em um homem sentado a uma mesa, a escrever a mensagem que Deus lhe vai colocando na mente, ou mesmo ditando para outro escrever, como no caso de Jeremias e Baruque (Jr 45), etc., falando ao povo, convocando especialmente para determinadas ocasiões. Outras vezes falando ao rei, às autoridades de seu país, em audiências obtidas propositadamente; e ainda transpondo as fronteiras do seu país, andando léguas e léguas, levando impressa em sua mente a mensagem de Deus, a outros povos; à semelhança de um estadista, um emissário, com a autoridade para denunciar as transgressões dos reis, dos príncipes e povos, a exortá-los ao arrependimento e à conversão a Deus, como faz em nossos dias, um pregador do Evangelho, movido pelo Espírito Santo.
Perceba aqui, que, o profeta do passado possuía as credenciais do pregador da atual dispensação. Devemos, porém, distinguir o Ministério de Profeta do Dom de Profecia.
            Muitos se intitulam “profetas”, sem ter a menor familiaridade com as Escrituras, o que constitui-se como um paradoxo, pois o verdadeiro profeta destaca-se como um “oráculo de Deus”, o profeta “borbulha” a palavra de Deus pois está cheio dela. Não são todos no corpo de Cristo que podem exercer o ofício de profeta, pois nem todos estão biblicamente preparados para isso. Este é o Ministério Profético, “E ele mesmo deu uns para...profetas...” (Ef 4:11).
            Como um profeta, eu sei que o desejo de Deus é que todos profetizem. Deus sempre anelou por uma geração profética, e Ele expressou isto através de dois grandes ícones, no Antigo Testamento, Moisés e no Novo Testamento Paulo de Tarso (Nm 11:29; I Co 14:5). O ministério profético é distintivo, mas o dom de profetizar é para todos os crentes, e deve ser anelado e buscado por todo crente zeloso, “Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (I Co 14:1).
            O ministério profético hoje não pode perder o seu foco e assumir características da Antiga Aliança, pois assim, não seria um ministério apostólico. Não é raro se ver hoje “profetas” vaticinando morte, caos e a ira divina, e isto não é um ministério profético genuíno, não obstante eu creio que Deus ainda exerce juízo sobre o pecado do homem, mas a implacável ira do Pai foi desviada da humanidade quando se deparou com o Filho na cruz do calvário. O extremo dessa situação são os “profetas do uma vez salvo, salvo para sempre”. Não quero me embrenhar aqui em uma discussão teológica sobre calvinismo e arminianismo, pois o conteúdo deste livro é de cunho profético, mas o profeta não somente anunciar a face graciosa e provedora de Deus e omitir seu juízo vindouro.
            Profetas não podem viver à “entregar chaves” de casas ou automóveis (embora Deus o possa fazer) e dizer falsamente: “Meu servo, estou me agradando de ti, diz o Senhor!” quando a pessoa está com a vida atolada no pecado. Este é o motivo de muitos “crentes” não se converterem de verdade. “Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram!” (Ez 13:3). O profeta apostólico limita-se a edificar os fiéis, exortar os desapercebidos e consolar os aflitos (I Co 14:3).
            Existem alguns critérios para se identificar a autenticidade de um ministro profético, mas o principal é dado pelo maior profeta que já existiu: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvores má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda arvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mt 7:15-20).
            Há um modelo típico e expresso deste tipo de ministro no livro de Atos (o paradigma para a Igreja moderna), trata-se de um de um profeta que também exerceu o ofício apostólico, Silas. “Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.” (At 15:32). Perceba que, o ministério profético de Silas conferiu-lhe o privilégio de ser escolhido por Paulo para uma missão apostólica “E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu...” (At 15:40), isto, logo após o “desligamento” ministerial de Paulo e Barnabé (At 15:39). Silas foi um PROFETA APOSTÓLICO. 
            Precisamos de uma restauração no ministério apostólico para haja uma nova compreensão do que é um profeta na Aliança da Graça.
            EVANGELISTAS. Eis aqui o ministério que talvez expresse melhor a missão apostólica de Jesus e seus discípulos, afinal de contas, os doze apóstolos eram doze evangelistas. Refere-se a um dom especial de pregar ou testemunhar, de forma a trazer o descrente à experiência da salvação. Evangelista significa literalmente proclamador das Boas Novas, ou pregador do Evangelho.
            Este ministro é dotado de um zelo consumidor pela grande comissão, como se latejasse vinte e quatro horas no seu interior a ordem imperativa do Mestre: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16:15). Há apenas três menções ao termo evangelista no Novo Testamento (pois tal dom não foi mencionado no A.T.): em Atos 21:8 “...Filipe, o evangelista...”; Efésios 4:11 “Ele mesmo deu uns para...evangelistas...” e em II Timóteo 4:5 “...faze a obra de um evangelista...
            A despeito de ser pouco referido na bíblia, o dom de evangelista detém uma posição de destaque na missão da Igreja, pois o propósito número um da Igreja é a evangelização.
            Diante de um fato meu espírito não pode se calar, temos observado nas hierarquias eclesiásticas uma designação paradoxal, ou seja, dons ministeriais atribuídos meramente como títulos honoríficos. Principalmente, pastores que não apascentam e evangelistas que não evangelizam, e isto está diametralmente oposto ao modelo apostólico de Atos e causa uma descaracterização no ministério da Igreja. Não me refiro ao sistema hierárquico, pois isto é uma questão dogmática, refiro-me a inversão de valores ministeriais que é patente em muitos ministérios.
            Constatemos isso no prisma do dom de evangelista. Existe em nossos dias um pseudo-ministério evangelístico que permeia o cenário evangélico internacional. Proponho-me aqui, como profeta, a fazer uma denúncia no afã de despertar-lhe para enxergar melhor os fatos que estão passando desapercebidos e se tornando “normais”. Vejamos algumas características de um ministério de evangelista “duvidoso”:
1-      A MENSAGEM. Não é raro vermos alguns que se intitulam evangelistas, cuja mensagem não tem como foco primordial o alcance das almas. A principal característica da mensagem do evangelista é a cruz, pois a cruz deve ser a nossa responsabilidade de renúncia (Mt 16:24); mais do que isso, é uma responsabilidade diária (Lc 9:23); a cruz não pode se tornar vã (I Co 1:17); a cruz é o nosso estandarte (Gl 6:12); a cruz é a nossa única glória (Gl 6:14); a cruz é instrumento de reconciliação (Ef 2:16); na cruz nossa sentença foi anulada (Cl 2:14), em fim a cruz não pode estar ausente da mensagem inflamada de um verdadeiro evangelista. Eu pergunto, será que esta chamada “teologia da prosperidade” externa algum vestígio de cruz, eu mesmo respondo, NÃO! Podemos perfeitamente incorporar elementos e aspectos da Antiga Aliança na mensagem evangelística, porém, ela deve ser absolutamente cristocêntrica, ou seja, Cristo é o assunto mais importante da pregação. Esta foi a chave do ministério de Filipe: “E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo” (At 8:5), e o segredo do ministério de Paulo: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.” (I Co 2:2). Alguns “evangelistas” fazem uso dos dons espirituais como uma espécie de show, para se auto-promoverem, e sujeitarem as pessoas ao seu carisma pessoal, ao contrário de Paulo: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus” (II Co 4:5).
2-      A MOTIVAÇÃO. Estariam corretas as motivações de alguns “evangelistas”? O que motiva o trabalho e o ministério do verdadeiro evangelista é o amor Cristo, “Porque o amor de Cristo nos constrange...” (II Co 5:14). Pregar para ser o mais famoso? Pregar para ser o mais aplaudido? Pregar para ser o mais rico? Não, absolutamente não! O evangelista prega, impulsionado por um zelo consumidor que o compunge, quase como uma obrigação, mas com profundo prazer. “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho! E, por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada.” (I Co 9:16-17)
3-      DINHEIRO. Posso dizer em tom vociferante que profissionalizaram a vocação, e isto é conseqüência do espírito de avareza que permeia a vida e o ministério dos falsos pregadores, que pregam a verdade, mas não a vivenciam. São os “fariseus pós-modernos”. “Na cadeira de Moisés, estão assentados os farizeus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” (Mt 23:2-3). Esta avareza tem dois lados que não podem ser omitidos, primeiro por parte de certos pastores que se esquecem que: “...Digno é o obreiro do seu salário. Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (I Tm 5:18; I Co 9:14), e em segundo lugar por parte de certos evangelistas que são “...homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho...” e se esquecem das palavras de Jesus: “...de graça recebestes, de graça daí.” (I Tm 6:5; Mt 10:8). Quero citar três casos de “ministros” avarentos da bíblia, que muito se assemelham com alguns “evangelistas” mercenários da atualidade: (1) Balaão, que queria aceitar dinheiro ímpio (propina) para profetizar aquilo que o Senhor não havia determinado, pelo que lhe sobreveio a ira Deus (Nm 22:21-35); (2) Geazi, que cobiçou as dádivas de Naamã pelo ministério de Elizeu, pelo que lhe sobreveio a lepra de Naamã (II Rs 5:20-27); (3) Simão o mágico, que tentou comprar o dom de ministrar o batismo  no Espírito Santo, para, com certeza, renegocia-lo como um produto de venda, o que lhe custou uma séria ameaça profética de Pedro (At 8:18-24). Aos verdadeiros proclamadores do evangelho, que dedicam suas vidas integralmente à causa do Mestre, haverá recompensa nesta vida e na vindoura, segundo a promessa Dele mesmo: “Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e filhos, e campos, com perseguições, e, no século futuro, a vida eterna.” (Mc 10:29-30)
PASTORES. Nenhum ministério expressa melhor o relacionamento entre Deus e seu povo. “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” (Sl 23:1). Houve uma curta época em minha vida, quando desempenhei um ministério itinerante intenso, como evangelista-profeta (o qual ainda desempenho, com menos intensidade por ser pastor), e acreditava que o ministério de um evangelista era mais difícil, hoje, como pastor, eu posso dize que estava enganado. Evangelistas e profetas vem, e vão, alegram a igreja, deixam uma marca de despertamento e glória, mas, quando eles se vão, as vidas das ovelhas continuam aos cuidados do pastor. Infelizmente há em nossos dias muitos “pastores” que não são motivados pelos sentimentos de Cristo, e sim pelo seu ego, não têm amor pelas ovelhas e sim por sua lã. Alguns pastores são verdadeiros déspotas tiranos, que oprimem e afugentam as ovelhas com palavras afrontosas, fazendo do púlpito o lugar de seus desabafos emocionais, a estes, Deus diz: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor.” (Jr 23:1). O ministério da visitação (quando necessária) é uma incumbência do pastor, pastores que não visitam, serão visitados por Deus de forma indesejada. “...Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós as maldades das vossas ações, diz o Senhor.” (Jr 23:2). Outra responsabilidade que cabe ao pastor, é preveni-las do erro, com uma mensagem recheada de doutrina e teor profético, porém alguns pastores irresponsáveis pregam o que lhes convém, e fazem errar o povo. “Ovelhas perdidas foram o meu povo; os seus pastores as fizeram errar...” (Jr 50:6). A conseqüência dessa omissão pastoral é desvio das ovelhas para seitas heréticas e o perambular pelo mundo, “...para os montes as deixaram desviar; de monte em outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu repouso.” (b). O sábio pregador Salomão orienta: “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre o gado.” (Pv 27:23). O pastor não pode ser um mero administrador eclesiástico, como se a igreja fosse uma empresa, seus membros funcionários, o dízimo uma mensalidade e a tesouraria, seu “cofrinho pessoal” O bom pastor não é feito nas salas das universidades, nos seminários teológicos, ou nos gabinetes presidenciais bajulando pastores mais graduados. O bom pastor não é aquele que faz a receita financeira de uma igreja aumentar, pois isso é uma conseqüência. Aliás, já tiver desprazer de conversar com pastores que indagados sobre a qualidade de seu rebanho, logo se reportaram a este aspecto dizendo: “Quando eu assumi entrava tanto, hoje subiu para tanto!” Isto me enoja! Este é um pastor inútil (Zc 11:17). Mas afinal, o que é um bom pastor? Jesus nos deixa um modelo: “...o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” (Jo 10:11) e “Eu sou o bom pastor, e conheço as minhas ovelhas...” (Jo 10:14). Jesus é o verdadeiro e Sumo Pastor (Hb 13:20; I Pe 2:25; 5:4). O escritor aos hebreus nos dá algumas credenciais de um pastor: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para sua maneira de viver...Obedecei a vossos pastores e sujeita-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria, e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hb 13:7, 17).
1-      Pregam a palavra. “...que vos falaram a palavra de Deus...
2-      São exemplos de fé. “...a fé dos quais imitai...
3-      São modelos de vida. “...atentando para a sua maneira de viver.
4-      Cuidam das almas. “...porque velam por vossas almas...
5-      Prestarão contas das almas. “...hão de dar conta delas...
6-      Pastoreiam com alegria. “...para que o façam com alegria e não gemendo...
O pastorado tem perdido seu referencial apostólico em nossos dias, pois alguns pastores têm se tornado meros “dirigentes de cultos”, restringindo seu ministério ao âmbito interno. Pastores apostólicos são pregadores em potencial. “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” (II Tm 5:4). Esta exortação de Paulo foi dada ao jovem pastor da igreja em Éfeso, Timóteo. Um certo pastor disse: “Quem gera ovelha é ovelha”, mas eu pergunto, não será o pastor também uma ovelha do Sumo Pastor Jesus Cristo? Portanto, pastores devem ser pregadores. Glória a Deus!
            Jesus enxergou em Pedro uma sólida liderança apostólica, à ponto de chamá-lo de “PEDRA”, Pedro, o medroso, Pedro o impulsivo, Pedro o precipitado, Pedro o falador. Não importam os adjetivos negativos que outros atribuíram a ele, Jesus o escolheu para ser pastor de suas ovelhas e cordeiros (Jo 21:15-19).
            Pedro foi um pastor apostólico, pois inaugurou a era apostólica com uma pregação de proporções históricas.

E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e recebereis dom do Espírito Santo...E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas.
Atos 2:38,40,41
            MESTRES. Ensinadores são ministros apostólicos. O próprio Jesus teve seu ministério de ensino reconhecido pelo fariseu Nicodemus (Jo 3:2). O ministério de Jesus era tríplice, Jesus ensinava, pregava e curava. “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinado nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mt 4:23). Perceba que pregar e ensinar são coisas distintas.
            Além disso, na comissão apostólica dos discípulos, o ensino foi enfatizado. “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinado-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho manadado...” (Mt 28:19-20).
            Não podemos esquecer também, que o ensinar, na essência da palavra, é um dom específico que nem todos possuem, “de modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada...se é ensinar, haja dedicação no ensino.” (Rm 12:6, 7).
            O movimento pentecostal precisa restabelecer seus alicerces doutrinários através de um despertar do ensino nas igrejas, para que a ortodoxia pentecostal não seja atacada por ventos de doutrina, afinal, os ministérios bíblicos têm este objetivo (Ef 4:11-14).
            Uma restauração no ministério apostólico é acima de tudo uma restauração do ministério de mestre na igreja. Chega de deduções, conjeturas e teologias forjadas pela conveniência humana, precisamos de ministério de ensino genuinamente apostólico, isto irá desencadear uma série de avivamentos ao redor do globo terrestre.
Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios.” (II Tm 1:11).
            Paulo foi um ensinador apostólico, e isso, dentre outras coisas, fez dele um modelo de apóstolo como veremos em postagens posteriores.
            Todos os ministérios, departamentos e facetas da Igreja estão ligados ao ministério apostólico, restaurar o ministério apostólico é restaurar a Igreja. Aleluia!

O MINISTÉRIO APOSTÓLICO NO ANTIGO TESTAMENTO



            Não pensemos que o ministério apostólico é um novo dom instituído nesta dispensação, apenas sua nomenclatura é nova, suas atribuições remontam o período veterotestamentário. Há muitas características que credenciam um ministro ao título apostólico, porém, destacamos quatro deles que se observa no ministério de alguns heróis da Antiga Aliança, AUTORIDADE, LIDERANÇA, TESTEMUNHO EFICAZ e SINAIS MIRACULOSOS. Vejamos:
            Autoridade. Um apóstolo é um ministro dotado de reconhecida autoridade espiritual outorgada por Deus e ratificada por suas experiências com Deus. Esta autoridade consiste no poder do Espírito Santo atuando na vida do ministro.
            Liderança. O ministro apostólico é também dotado de uma poderosa habilidade para liderar e organizar os seguimentos da obra de Deus, fazendo-a crescente e eficaz, exercendo sobre as pessoas uma forte influência e magnetismo pessoal, oriundos do Espírito de Deus.
            Testemunho eficaz. A habilidade sobrenatural de persuasão é outra marca singular do ministro apostólico, que transmite a palavra do Senhor de maneira profunda, e ao mesmo tempo simples e convincente, levando as pessoas ao conhecimento de Deus mediante a palavra pregada.
            Sinais miraculosos. O sobrenatural acompanha o ministério do apóstolo, cujos atos e a mensagem são confirmados por Deus. O miraculoso é uma credencial indispensável para o reconhecimento de um ministério genuinamente apostólico, como veremos no capítulo VI.
            Levando em consideração estas quatro credencias aqui relacionadas, entendemos que houve uma unção apostólica em homens como Moisés e Josué. Quero, porém, me concentrar no ministério de um homem que foi fiel a Deus e ao seu “mentor espiritual”, refiro-me a Elizeu, o fervoroso assistente do profeta Elias. Elizeu foi dotado em seu tempo, de um ministério apostólico. Vejamos.
            A autoridade do profeta Elizeu é expressa em toda a narrativa de seu ministério, destacamos, no entanto, o episódio de II Reis 3:13-27.
            Elizeu não se curvava diante dos títulos humanos, pois sabia que sua posição era mais honrosa, ele era um embaixador de Deus, assim como as medalhas e a ostentação social do “grande” general Naamã, não causaram intimidação no profeta apostólico (II Rs 5:10), a presença do ímpio rei Jorão de Israel lhe foi desprezível e indigna de sua atenção e honra (II Rs 3:14). Vemos em muitos ministros justamente o oposto disso, homens que foram incumbidos de ser representantes de Deus na terra, se curvando aos princípios e valores de ícones da sociedade secular. Quantos ministros ungidos por Deus para dedicarem suas vidas ao santo ministério, sucumbindo às honrarias de uma posição destacada no cenário político. Não sou, absolutamente, contra o fato de obreiros ingressarem na política desde que sejam competentes para tal, mas entendo que a posição de um ministro do evangelho é infinitamente mais elevada. Quando indagado acerca de uma suposta candidatura à presidência dos Estados Unidos, o lendário evangelista Billy Graham declarou: “Eu sou embaixador de Cristo, jamais me rebaixaria a tal ponto!
            A autoridade profética de Elizeu era uma marca determinante de seu “apostolado”.
            A liderança era outro grande referencial apostólico no ministério de Elizeu, comprovado principalmente pela notável influência que exerceu nos seus dias sobre a sociedade judaica e entre outras nações. A escola discente da escola de profetas daqueles dias via em Elizeu um paradigma ministerial muito destacado. Em uma ocasião em que o “campus da universidade profética” tornou-se pequeno para atender a alta demanda de jovens que se matriculavam, Elizeu foi consultado e chamado para supervisionar aquele grande empreendimento. Formou-se, então, sob a superintendência de Elizeu uma grande universidade como a que fundou o legendário evangelista Oral Roberts (II Reis 6:1-3).
            A capacidade de liderança de Elizeu outorga-lhe o direito de ser contado entre os ministros apostólicos.
            O testemunho eficaz foi outro diferencial no ministério de Elizeu, a começar por seu testemunho de vida, que era testificado por todos os foram por ele ministrados. A jovem hebréia, escrava do general sírio Naamã, testificou à sua senhora o poder que estava sobre o ministério de Elizeu (II Rs 5:3). Por intermédio do testemunho do profeta Elizeu, Naamã se humilhou e se rendeu ao Senhor junto com toda sua comitiva militar, reconhecendo-o como o único Deus. “Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e veio, e pôs-se diante dele, e disse:Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus, senão em Israel...” (II Rs 5:15)
            Será que as pessoas podem observar em nossa vida um testemunho positivamente marcante como ministros de Deus, a ponto de as pessoas nos considerarem como santos homens e mulheres de Deus? Uma influente e observadora mulher na cidade de Suném, foi alcançada pelo testemunho eficaz de Elizeu, e comentou com seu marido: “...Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus.” (II Rs 4:9).
            Não tenho dúvidas de que muitos foram levados à fé do Deus e Israel por intermédio do profeta Elizeu. Elizeu foi enviado à Israel e às nações.
Testemunho, esta credencial apostólica de Elizeu foi recomendada por outro apóstolo: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo [Cristo] e despenseiros dos mistérios de Deus.” (I Co 4:1).
            O ministério de Elizeu era marcado também por sinais miraculosos, dentre os quais podemos citar a purificação das águas de Jericó, quando o nosso profeta apostólico lançou sal na fonte das mesmas (II Rs 2:19-21); a multiplicação do azeite de uma viúva (II Rs 4:1-7); a ressurreição do filho da mulher sunamita (II Rs 4:32-37); o machado que flutuou (II Rs 6:6-7), e outros. Em fim, o profeta Elizeu foi um profeta apostólico.
            Alguns ícones do Antigo Testamento representaram um referencial ministerial à ser seguido em nossos dias, tais referenciais estabelecem um padrão apostólico, e é sobre isto que quero falar na próxima postagem.

Dois Tipos Antagonistas no Ministério Apostólico



            Judas é a figura profética de uma geração de ministério reprovada por Deus, uma geração que anda com Jesus apenas em função de uma “crença religiosa” e com motivações temporais, mas cujo coração está longe de Deus e de seus princípios. Estas são as características da “Geração Judas”:

1-       Ministério formalista que não entende nada sobre adoração. Quando a mulher de Betânia adorou a Jesus com sua oferta, Judas demonstrou toda sua frieza e formalismo quando não compreendeu o ato profético daquela adoradora (Mc 14:3-9). Note que adoração desta mulher tinha pelo menos quatro características (v. 3): (1) A adoração deve ser pura “...unguento de nardo puro...”; (2) A adoração deve ser sacrificial “...de muito preço...”; (3) A adoração deve ser com quebrantamento “...e, quebrando o vaso...”; (4) A adoração deve ser total e completa “...lho derramou sobre a cabeça.” A reação do pseudo-apóstolo à atitude da mulher foi de censura, como muitos ministros frios desta geração: “...Para que...[isto]?” (v. 4b) E a resposta de Jesus foi e será sempre a mesma, para os formalistas do passado e da atualidade: “...Deixai-a, para que a molestais?...” (v. 6). Por mais extravagante que seja a adoração não cabe a ninguém censura-la, deixai-a! Glória a Deus!
2-       Ministério cujo coração está inclinado para o mal. O texto de João 13:2 deixa muito claro que tipo de coração tinha Judas: “...tendo já o diabo posto no coração de Judas...” Poderia um homem cujo coração é receptáculo de intentos malignos desenvolver um ministério aprovado por Deus e em sintonia com os seus propósitos? Muitos ingressam no ministério com motivações impuras e corações não regenerados. Alguém cujo coração é suscetível às sugestões maliciosas de Satanás ou do mundo não está apto ao santo ministério. Vivemos em dias proféticos, em que observamos com real clarividência os dois tipos de igrejas desta dispensação final, Filadélfia e Laodicéia – Ap 3:7-22, e muitas “igrejas” não se fundamentam em qualquer princípio ou fundamento escriturístico para a consagração de obreiros e principalmente ministros, as prerrogativas e credenciais relacionadas por nosso professor apóstolo Paulo são ignoradas de forma ultrajante (I Tm 3:1-13), consagra-se por se ter o dízimo mais alto, por se ter formação acadêmica, por gozar de intimidade com a liderança, e por muitos outros fatores que nada tem a ver com os valores requeridos por Deus. E a maior parte destes, “caem”, pois são neófitos (I Tm 3:6), ou seja, não estão moral e espiritualmente preparados para o ministério, e o seu final é vaticinado pelo texto paulino: “...[cairão] na condenação do diabo.” Esta foi a condenação de Judas (Mt 27:1-5; At 1:18)
3-       Ministério marcado pela avareza e cobiça. Esta faceta do ministério de Judas foi predita pelo profeta Zacarias (Zc 11:12), e confirmada de maneira enfática e contundente pelo evangelista João: “...porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.” (Jo 12:6). Em uma geração devota de Mamóm como é a nossa, esta é uma realidade em muitos ministérios que tem como único foco a lã do rebanho (o dinheiro). Pastores de congregações locais que traem a confiança de seus lideres fazendo o chamado “caixa dois”, pois não tem fé e caráter suficiente para crer e depender totalmente da provisão de Deus; evangelistas e pregadores itinerantes que profissionalizaram a vocação, cobrando “cachês” exorbitantes para ministrarem algo que nem ao menos pertence a eles. A palavra de nosso Mestre a estes é: “...de graça recebestes, de graça daí.” (Mt 10:8). Por outro lado, temos pastores avarentos, que para sustentar a pompa de suas “catedrais”, desprezam ministros itinerantes sérios e comprometidos com Deus e com sua palavra, como o foram o diácono-evangelista Filipe (At 8:5-7), o avivalista Apolo (At 18:24-28) e o profeta neo-testamentário Ágabo (At 21:10). Judas era o tesoureiro da comitiva apostólica de Jesus, porém o texto é claro em proferir que ele roubava da bolsa o dinheiro das ofertas, pois sua ganância já o havia cegado. Não há nada de errado em ter dinheiro, a maldição estará no tipo de sentimento que nutrimos por ele. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” (I Tm 6:10)
4-       Ministério que assassina profetas por preferir políticos. Alguns estudiosos cogitam que a origem do sobrenome Escariotes de Judas, deriva-se de Queriotes, uma cidade moabita amaldiçoada por Deus (Jr 48:25; Am 2:2), na forma aramaicizada temos: “isqaryã’ã” que significa “um assassino”, e isto se apresenta em meu espírito com um significado profético. Judas era um ministro racionalista, que esperava o aparecimento de um Messias político, que livrasse Israel do jugo romano pela espada ou mesmo pela diplomacia, quando começou a entender que Jesus não veio para reinar em um trono de marfim, e sim implantar um reino espiritual na terra (para posteriormente implanta-lo de maneira literal), se decepcionou com o Mestre e foi tomado por espírito homicida. Ele não queria um Messias profeta, ele queria um déspota tirano. Este é o retrato típico de muitos ministérios da atualidade, seus púlpitos somente estão disponíveis para os politicamente influentes, mas vetados para os verdadeiros profetas. Muitos “sacerdotes” estão inchados e cauterizados como Amazias que tentou frustrar o ministério de Amós em Betel: “Depois Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza; mas em Betel daqui por diante não profetizaras mais, porque é o santuário do rei e a casa do reino.” (Am 7:12-13) Diante de Deus, reis não são maiores do que profetas. Quando Jerusalém deixou de ser a capital espiritual da fé judaica para se tornar meramente uma atração turística rentável à monarquia de Judá, passou a perseguir os profetas, ao que Jesus lamentou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados...” (Mt 23:37). Esta “geração Judas” não terá êxito, pois o Senhor está levantando uma “geração Matias” (sobre isto falarei mais adiante).
5-       Ministério marcado pela hipocrisia. O cinismo de Judas é uma característica marcante em ministérios hodiernos, uma ênfase “mecânica” em manter as aparências e conservar os protocolos do legalismo religioso, demonstrando um pseudo-amor mediante atos externos destituídos de motivações sinceras. A palavra “hipócrita” é mencionada em Mateus 6:2 em seu texto original como “hupokrites”, que significa literalmente “àquele que usa uma máscara para disfarçar suas verdadeiras motivações. Atos externos não empolgam à Deus. “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas [hupokrites] nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” Tapinhas nas costas para selar vantagens ministeriais, apertos de mão com duplo propósito, palavras lisonjeiras com tom velado de suborno. Muitos homens de Deus estão correndo perigo se não se precaverem, pois estão cercados de bajuladores que ao menor sinal de contrariedade se tornarão lobos devoradores (Mt 10:16). Pastores, vigiem! Tudo isto não convém ao santo ministério. As palavras de Judas são as palavras dos obreiros hipócritas: “...Aquele que eu beijar, esse é; prendei-o...” (Mc 14:44)
6-       Ministério curto que será sucedido pela “geração Matias”. Davi, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu um salmo profético acerca do desfecho do ministério de Judas dizendo: “Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício.” (Sl 109:8). O mesmo Espírito abriu o entendimento de Pedro, associando este salmo à sorte de Judas (At 1:15-20). Não precisaremos mover uma palha para combater o ministério “dos Judas”, pois ele será abreviado e substituído por outro escolhido por Deus. Esta liderança corrompida que tem censurado os adoradores, emprestado o coração ao diabo, servido a Mamóm, assassinado profetas, e dissimulado suas motivações, dará lugar a uma nova geração que o senhor já está levantando, a “GERAÇÃO MATIAS”.

Por sua credibilidade Matias foi separado junto com José Justo, para depois ser confirmado pelo Espírito Santo como o sucessor da “cadeira apostólica” que pertencia a Judas. Eis aqui cinco características da “geração profética e apostólica de Matias” que o Espírito Santo me confidenciou:
1-                 Ministério que não troca as glórias do futuro pelas incertezas do presente (Mt 26:15; Lc 22:30). Judas tinha de Jesus a promessa de um trono no reino futuro junto aos demais onze apóstolos, mas por precipitação trocou esta gloriosa posição honorífica por miseras trinta moedas de prata. Matias estará lá ocupando esta posição que pertenceria a Judas. Assim diz o Senhor: As minhas honras ficarão para esta nova geração. Aleluia!
2-                 Ministério perseverante que não arreda o pé (At 1:21-22). O sucessor de Judas deveria ser alguém que conviveu com Jesus e os apóstolos antes do início de seu ministério terreno, tendo estado sob a autoridade profética de João Batista, até os momentos finais, que incluem a morte, a ressurreição e a ascensão de Cristo. Em fim esta nova geração profética é uma geração perseverante, que não para no meio do caminho, que não abandona seus líderes ungidos, mas permanece até a consumação de sua dispensação, seja por morte ou pelo arrebatamento da Igreja. Glória a Deus! Esta é a “geração Matias”.
3-                 Ministério levantado através de oração (At 1:24). Como é prejudicial à igreja a consagração de obreiros sem a direção clara e direta do Espírito Santo. Deus ainda quer falar com sua liderança, apontando homens e mulheres chamados que darão frutos permanentes. Respostas, estratégias e nomes são dados como resposta de oração perseverante e com fé. Assim como Matias o foi, a nova geração será indicada não pelo amigo, do amigo, do amigo do pastor ou do líder tal, e sim, pelo agenciador da igreja, o divino Espírito Santo (At 13:2). “E, orando...” (At 1:24 a
4-                 Ministério provado pelos degraus eclesiásticos (Lc 10:1). O grande historiador Eusébio de Cesaréia, afirmou em sua famosa obra “HISTÓRIA ECLESIÁSTICA”, que Matias fazia parte do segundo grupo ordenado por Cristo para a grande comissão, os setenta, sendo assim, Matias foi provado em uma posição “de menos destaque” antes de fazer parte do seleto grupo do colégio apostólico dos doze. Nota-se em nossos dias uma verdadeira descaracterização e desvalorização do santo ministério, quando homens absolutamente destituídos de algum tipo de bagagem ministerial são alçados ao episcopado pelos méritos mais absurdos. Será que um homem está preparado para o ministério somente pelo fato de ser um ícone na sociedade, como um atleta de alto nível ou um artista de TV, a resposta é obvia, NÃO! Ninguém pode alçar a honorífica posição episcopal sem passar pelas fases primárias do discipulado cristão e da “prova” para estar apto. Desejar o ministério é algo louvável (I Tm 3:1), porém, “não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.” (I Tm 3:6). A “prova” é imprescindível. “E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam [ministrem], se forem irrepreensíveis.” (I Tm 3:10). Se não for provado pelas agruras da obra, tenha ao menos um legado espiritual de uma “família sacerdotal”. Antes de compor o seleto “grupo dos doze”, passe pela experiência com “os setenta”.  
5-                 Ministério escolhido por Deus e revelado aos homens (At 1:26). Existem muitos ministros que já foram escolhidos por Deus, mas ainda não foram revelados por Deus às lideranças constituídas por Deus. Isto tem gerado uma verdadeira “migração evangélica” de crentes de uma igreja para outra atrás de um lugar ao sol no ministério. Muitos “profetas” precipitados se tornaram verdadeiros “ciganos da fé”, nômades incansáveis que buscam o reconhecimento e a aprovação de homens e não de Deus (II Tm 2:15). Moisés foi escolhido no ventre de Joquebede, mas seu ministério foi revelado apenas quarenta anos depois, Paulo já era um ministro no presciente projeto de Deus, mas seu ministério somente “explodiu” catorze anos após a sua milagrosa conversão. Se Deus pode endurecer o coração de um faraó para provar seus servos, ele pode “amolecer” o coração de seus líderes ungidos para reconhecer seus escolhidos. Quando chega o tempo certo, haverá um consenso unânime. “...E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos.” Não se esqueça que Deus pode exaltar ricamente o mais anônimo e insignificante dos homens, ele é o Deus que “...do pó levanta o pequeno, e do monturo ergue o necessitado, para o fazer assentar com os príncipes do seu povo.” (Sl 113:7-8) E, o exaltar, não cabe a homens e instituições senão a Deus, “Porque nem do Oriente, nem do Ocidente, nem do deserto vem a exaltação. Mas Deus é o Juiz; a um abate e a outro exalta” (Sl 75:6-7). A “geração Matias” será revelada no tempo certo.


Concluindo esta postagem tão repleta de revelações e exortações proféticas, devemos nos lembrar que a bíblia menciona outros ministros como apóstolos além dos doze, destacando que, os doze foram enviados por Jesus, e os demais até os dias de hoje são enviados pelo outro Consolador “da mesma espécie”, o Espírito Santo (Jo 14:16).
           
            Paulo de Tarso (de quem falaremos mais em postagens posteriores) e Barnabé, são citados como apóstolos por Lucas em sua narrativa (At 14:4, 14), em Romanos 16:7, Paulo menciona o nome de dois parentes seus que aceitaram a fé antes dele, aos quais chamou apóstolos: “Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e foram antes de mim em Cristo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A RESTAURAÇÃO DO MINISTÉRIO APOSTÓLICO



Emerge em nosso tempo, uma profunda reavaliação no ministério da Igreja, com vista em prevenir e extinguir os modismos e ventos de doutrina que em nada se assemelham aos princípios e padrões salutares da bíblia sagrada.
            Ao mesmo tempo em que estamos vivendo na geração do maior avivamento que o mundo já conheceu (Mt 24:14), vivemos também em uma época de supervalorização de títulos humanos, e principalmente, títulos eclesiásticos, os quais são muitas vezes atribuídos sem a menor justificativa ou propósito.
Neste pequeno estudo que posso chamar de “clamor profético”, quero abordar o ressurgimento de um dom ministerial que gera muitas opiniões paradoxais extremistas, de um lado estão àqueles que acreditam que este dom distinguia apenas os doze escolhidos de Jesus e a Paulo de Tarso, de outro há àqueles que banalizaram a terminologia do dom atribuindo-o a líderes denominacionais destituídos das credenciais inerentes a este dom ministerial. Refiro-me ao dom de APÓSTOLO.
            Proponho-me nesta postagem apresentar uma posição bíblica equilibrada acerca do apostolado moderno, e expor de maneira contundente e profética o posicionamento de Deus acerca do tema.

                                                      Redefinindo o Ministério Apostólico

A primeira menção bíblica do termo apóstolo encontra-se no evangelho escrito por Mateus 10:2 “Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes...
            A palavra apóstolo do grego apostolos = enviado, mensageiro, embaixador, refere-se inicialmente a estes doze homens selecionados por Jesus para serem seus representantes e pioneiros na fundação da Igreja cristã. O próprio Senhor Jesus é citado como apóstolo dado o seu envio para cumprir uma missão divina: “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo...” (Hb 3:1; Jo 17:3)
            Não podemos restringir o apostolado apenas ao âmbito dos doze eleitos pelo Senhor, porém, não podemos negar a singularidade destes em detrimento de suas credenciais e privilégios, haja vista que sua missão foi de caráter exclusivo. Os doze receberam os primeiros e mais importantes ensinamentos de Jesus no afã de difundi-los e estabelecer o novo fundamento que complementasse os profetas sem tirar a preeminência de Cristo como o faz a “igreja romana”: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina.” (Ef 2:20)
            Os doze também distinguem-se por sua inigualável posição e glória futura à despeito de terem sido martirizados (com exceção de João): “...Em verdade vos digo que vós, que me seguistes [os doze], quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vós assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.” (Mt 19:28)
            As distinções fundamentais dos doze primeiros apóstolos eram seu conhecimento e experiência singular de Cristo e de sua doutrina, por terem estado junto a ele por mais de três anos. Neste aspecto os doze foram únicos e insubstituíveis. Podemos resumir sua importância em três aspectos marcantes e inegáveis testemunhados por eles:
1-      Os ensinamentos diretos e claros de Jesus;
2-      Os milagres operados por Jesus;
3-      A ressurreição de Jesus.
Afinal, não por acaso, os seus nomes estarão gravados nas doze colunas que sustentam a muralha da Nova Jerusalém. “E o muro da cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” (Ap 21:14).
            Eis, porém, uma questão muito debatida: Houve outros apóstolos além dos doze? Antes de responder isto à luz da bíblia, lembremo-nos de que uma “décima terceira pessoa” assumiu um lugar vago no apostolado, do qual Judas se desviou. Vamos abrir o nosso espírito para algumas revelações que eu recebi acerca deste episódio, na postagem seguinte.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

“A Divina Terapia da Angústia”




A atual configuração da Igreja moderna prima pela busca do sucesso, auto-satisfação e principalmente da alegria. Parece haver um tipo de construção artificial de uma atmosfera de “alegria”, que haja de forma terapêutica na alma aflita e ansiosa do homem moderno. Assim, muitas igrejas têm promovido seus cultos como mera forma de entretenimento, buscando satisfazer o ego humano a qualquer custo. Algo está tragicamente errado com este modelo! Existem pelo menos três perigos dessa falsa alegria na Igreja:

(1) A confusão entre alegria cultural e alegria espiritual.
Muitas igrejas possuem em sua liturgia uma natureza entusiasta (em especial os pentecostais), ou seja, elas são naturalmente vivas em sua forma de expressar seu culto a Deus, e isso acaba por influenciar inconscientemente essa forma de expressão de outros. Mas a questão é: Será que todos batem palmas, glorificam, dançam, e pulam, porque estão realmente repletos da Alegria do Senhor? Ou será que o aspecto cultural dessa igreja, produz nas pessoas um desejo de contextualização ou uma reação emocional previsível?
(2) A superficialidade dessa alegria temporal.
Essa falsa alegria religiosa é também uma produção artificial de entusiasmo, um falso fogo para suprir a ausência do fogo verdadeiro. Na realidade mais clara, essa “alegria” tem um caráter temporal, ou seja, ela dura enquanto durar o bem estar externo, é uma alegria que está na superfície de nosso ser, assim, é facilmente influenciada ou perdida pela realidade de fora: tempo, espaço e circunstância. Não é a Alegria do Espírito e da Eternidade, é mental e temporal.
(3) O engano que não nos prepara para o mal.
Por ser um substituto maligno da verdadeira alegria, essa falsa alegria parece nos preencher, mas quando surge aquele vazio existencial comum a todo ser humano, haverá um sentimento avassalador de tristeza que conduz a depressão. Essa é a razão porque pessoas que tem tudo o que diz respeito à bens, e até a fraternidade familiar, e situações ótimas ao seu redor, se desapegam de suas vidas a ponto de tirá-las, pois quando vem este mal nos afligir, ele só terá vitória em nós se a nossa alegria for falsa. Essa alegria só existe quando tudo vai bem, e quando essa alegria se esvai, logo a pessoa abandona a Deus.

A verdadeira alegria provém da tristeza. Se essa declaração lhe parece paradoxal ou pessimista, tenho outra para você: A melhor tristeza é a que provêm de DEUS, pois promove real alegria. Sim, existe uma tristeza que é “enviada” por Deus à nossa alma.
Davi, o homem segundo o coração de Deus, após ter cometido um adultério e um homicídio (II Sm 11:1-27), passou quase um ano sem confessar o seu pecado, isso lhe custou muito. Podemos crer que mesmo estando destruído por dentro, Davi encontrou formas superficiais de alegria, nos vinhos, danças e entretenimento do palácio real, mas somente ele sabia que sua alma estava em frangalhos (Sl 51:8). O Espírito de Deus que não queria perder Davi o tratou com a “terapia divina da angústia”. Então, como Davi parecia não responder à sua própria dor, Deus o confronta com seu recurso mais agudo: um Profeta (II Sm 12:1-15). Agora, entendendo-se “nu” diante Deus, Davi expressa uma das orações mais quebrantadas da Bíblia, o Salmo 51, e lá nos versos 11 e 12, ele reconhece pelo menos três coisas: (1) Sua indignidade de estar na presença de Deus naquele estado impenitente; (2) Que o Espírito Santo estava triste com ele a ponto de quase abandoná-lo; e (3) Ele precisava urgentemente restituir a verdadeira alegria em seu interior; que alegria é esta?

Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação...
Salmo 51:11-12

         Perceba que esse refrigério espiritual somente é possível mediante o genuíno arrependimento; enquanto as religiões oferecem uma ideologia de cunho cultural, a fé cristã é a única que nos constrange ao arrependimento, pois revela nossa triste condição: somos pecadores (Romanos 3:23). Este refrigério é o avivamento da verdadeira alegria, e assim expressa o apóstolo Pedro em seu sermão: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” (Atos 3:19).
         Com tudo isto, talvez você ainda não creia que Deus possa promover tristeza em nós. Vejamos então: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (II Coríntios 7:10). Note que, assim como há uma alegria mundana, há uma tristeza mundana. Essa tristeza segundo o mundo é uma assolação da auto-estima, da razão da vida e existência, uma tristeza que culmina com depressão e morte. Mas a tristeza segundo Deus é a que promove arrependimento e salvação.
         Jesus disse que a nossa alegria não pode residir sequer no fato de sermos usados por Ele, o possuirmos seus dons e autoridade, mas sim, no fato de termos nossos nomes escritos no céu (Lucas 10:19-20), a alegria da Salvação
Que tipo de alegria você tem sentido, e que tipo de tristeza você tem sentido?
Se quisermos a verdadeira alegria do Senhor, este gozo indizível e incondicional, precisamos sentir a dor e a angústia pelos nossos pecados. Tiago nos exorta:

Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos pecadores; e, vós, de duplo ânimo, purificai o coração. Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza.” (Tiago 4:8-9)

         A Igreja precisa passar pela correção divina para compreender essa necessidade de avivamento, e essa correção é dolorosa, pois ao contrário do que dizem os adeptos da mera “teologia do amor”, Deus é sim, um Deus que castiga seus filhos para o bem (Hebreus 12:6-11).

         Diante dessa verdade escriturística, quero confrontar respeitosamente os meus santos colegas de ministério, sejam pastores, pregadores, missionários (as) cantores, ministros em geral, para esta realidade. Pare de tentar forjar alegria emocional ou criar falso entusiasmo, saia um pouco do facebook e do twitter e corra para sua igreja ou para o seu quarto (Mateus 6:6), e chore, chore copiosamente pela farsa de seu ministério, que mascara suas própria práticas reprováveis e profanas. Foi Deus quem te escolheu homem e mulher de Deus, mas essa escolha, ao contrário de seus dons e vocação (Romanos 11:29), pode ser rejeitada no dia derradeiro (Mateus 7:21-23). É assim que Deus conclama seus ungidos hoje:

Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do mal... Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar...
Joel 2:12-13,17

         Não há dúvidas, o verdadeiro avivamento espiritual que a Igreja carece, não é marcado por um estado prévio de alegria, mas de tristeza; e quando essa Terapia Divina da Angustia for aceita por nós, então haverá um transbordar de alegria e gozo divino como jamais antes. A alegria do Senhor é a nossa força (Neemias 8:10), mas a tristeza do Senhor é o nosso caminho para essa alegria. Glória a Deus. Deus em Cristo te abençoe.